quarta-feira, 30 de maio de 2012

Renascimento

Michelangelo misturou meses e cores.
E me agraciou hoje com o céu da Capela.

Ela é meu presente.
Meu passado não teve uma só cor. Nem branco nem preto.
Quadro algum não consegui pintar.
Tudo que podia-se ver era uma armação.
De uma madeira ruim. Meio podre até.
Desiludido, eu a afundei em uma bacia funda de vinho.

De roxo, pintou meu coração.
Sangrou preto na pele.
Branca, a mão.
Uma paleta de sonhos.
Vermelha-[clara desilusão.

Minhas pernas e costas andaram por museus e já até se cansaram de admirar Van Gogh ou Tarsila.
Elas deitaram.
Sem poder virar nem falar, eu continuo tendo o teto da Sistina só para mim.

Isso sim é perfeito.